ALIENAÇÃO PARENTAL: QUANDO O AMOR DA CRIANÇA VIRA ARMA DE VINGANÇA
- radicaadvocacia
- 24 de set.
- 2 min de leitura
O fim de um relacionamento pode ser difícil.
Dor, mágoas e frustrações são compreensíveis — mas quando esses sentimentos ultrapassam o limite e envolvem os filhos como instrumentos de vingança, nasce um problema grave: a alienação parental.
Trata-se de uma forma de violência psicológica silenciosa, mas devastadora, que compromete profundamente o desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes.
O que é alienação parental?
Alienação parental ocorre quando um dos genitores, ou até mesmo avós ou outros responsáveis, manipula a criança para que ela rejeite o outro genitor injustificadamente. Essa manipulação pode acontecer por meio de:
Falar mal do outro genitor constantemente;
Inventar mentiras sobre abandono ou desinteresse;
Impedir o contato ou dificultar visitas;
Fazer a criança se sentir culpada por amar o outro genitor;
Interferir em ligações, mensagens ou encontros.
É um processo lento, mas contínuo, que envenena o vínculo afetivo, causando confusão emocional, insegurança e rejeição infundada.
Quais os danos à criança?
A alienação parental não é apenas uma disputa entre adultos — é um trauma infantil. A criança envolvida nessa dinâmica pode apresentar:
Ansiedade e depressão;
Queda no rendimento escolar;
Isolamento social;
Baixa autoestima;
Sentimento de culpa;
Dificuldades em estabelecer vínculos futuros.
Em casos mais graves, a rejeição se torna tão profunda que a criança corta totalmente o contato com o genitor alienado, acreditando, de forma equivocada, que está se protegendo.
O que diz a lei?
A Lei nº 12.318/2010, conhecida como Lei da Alienação Parental, foi criada justamente para coibir essas práticas e proteger os direitos da criança à convivência familiar saudável.
Entre as medidas que o juiz pode aplicar ao identificar alienação parental estão:
Advertência;
Ampliação do regime de convivência do genitor alienado;
Multa;
Inversão da guarda;
Encaminhamento para acompanhamento psicológico;
Perda do poder familiar (em casos extremos).
O principal foco da lei é garantir o melhor interesse da criança, com base no direito de ter acesso livre e saudável à convivência com ambos os pais.
Como prevenir e combater?
Evite envolver seu filho em conflitos conjugais. Ele não é juiz, confidente ou mensageiro.
Foque na responsabilidade parental compartilhada. A criança tem direito de manter vínculos com ambos os genitores, independentemente dos sentimentos entre os adultos.
Respeite as decisões judiciais de guarda e convivência. Desrespeitar determinações pode agravar a situação e gerar penalidades.
Observe sinais de manipulação emocional. Mudanças repentinas no comportamento do filho diante de um dos pais são um alerta.
Busque apoio jurídico e psicológico. Quando identificada, a alienação deve ser tratada com a ajuda de profissionais especializados.
Conclusão
A alienação parental destrói famílias, compromete a saúde emocional das crianças e gera traumas difíceis de superar. Se você é pai, mãe ou responsável, lembre-se: o amor dos filhos pelos pais não deve ser disputado, mas respeitado e protegido.
Combater a alienação parental é um dever de todos — e o primeiro passo é a conscientização. Separações podem terminar um casamento, mas jamais devem destruir a família.




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